ago
07
A Questão do Lixo

A era dos modernos condomínios começou por volta dos anos 70 na cidade de São Paulo. Não havia grades de proteção, não havia garagens de porte compatível com os automóveis que, alguns anos depois,  tomariam conta das ruas. Ninguém falava em sustentabilidade. Portanto, não havia também previsão para armazenar nosso lixo. Com ou sem coleta seletiva,   espaço para lixo é um dos  grandes problema nos condomínios, atualmente.
Nosso talento para gerar lixo é enorme, mas via de regra não sabemos direito o que fazer para descartá-lo de forma sustentável.

O advento da coleta seletiva amenizou a gravidade do problema, mas essa prática ainda é insipiente. Síndicos e moradores precisam sair do sofá para resolver a questão. Se o prédio não reservou espaço para armazenar seu lixo antes da coleta pública, tanto pior. O condomínio precisa criar esse espaço: foi um erro de projeto. O lixo tem regras próprias, é necessário  tomar muito cuidado com o descarte. Jogar uma bituca de cigarro ou qualquer pedaço de papel pela janela é pecado.

As regras são diferentes para condomínios residenciais e comerciais. Além disso, cada cidade tem sua legislação. Além dessa complexidade, para o morador do condomínio nem sempre é fácil entender a vantagem da coleta seletiva, já que  não há uma idéia de retorno financeiro.

Mas podemos aprender com nosso lixo. Como não temos sabido lidar com ele de forma sustentável, nossas sobras  ganham escala planetária:  são  filhas diletas de nosso progresso e de nossa antiga embriaguez pelo crescimento ilimitado. Lixo é, por si só, uma grande pauta para as assembleias e reunião de moradores do prédio, e assunto para os pais conversarem com seus filhos. A culpa não é somente de quem habita o prédio. A culpa é também de nossos mentores do poder público, que ensinam como proceder, mas nem sempre  fazem a sua parte. A cidade está cheia de espaços baldios, de onde o lixo é apenas precariamente recolhido.

Há ainda milhares de condomínios no Estado de São Paulo que não dão ainda um tipo de destinação adequado para seu lixo.  Talvez ainda não entendemos direito – que lixões,  mares e  rios, por maiores que sejam, não são áreas inesgotáveis. Nosso lixo está contaminando o meio ambiente e pode voltar-se contra nós. Para o condomínio, e fora dele, o recado é claro: precisamos abaixar o termostato.