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Criando Energia e Segurança

Há um projeto de lei tramitando na Assembléia Legislativa de São Paulo prevendo obrigatoriedade de instalação de grupos geradores que funcionem em prédios que tenham elevadores, quando faltar energia. A lei se destina a prédios residenciais ou comerciais. A instalação desse equipamento é importante para a segurança de quem mora ou trabalha nessas comunidades.

O Brasil é campeão de raios, fatores determinantes para o colapso energético. Entre outros danos, interrompem a conexão com o sistema de segurança do empreendimento, incluindo portões, câmeras de monitoramento, alarmes etc. Significa dizer que o condomínio estará totalmente vulnerável aos ataques da rua. O gerador é a única forma de resolver a situação caótica, enquanto durar o apagão.

A tecnologia que estamos implantando, d forma avassaladora em nossa moderna vida urbana, faz de nós vulneráveis na mesma proporção. Em caso de colapso energético, perdemos toda a conexão com a parafernália que antes acreditávamos ser  nossa proteção integral. Segundo o projeto, a instalação é também imprescindível para que o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) no condomínio seja aprovado. Mais um fator de segurança.

O uso desses equipamentos ainda está longe de ser uma unanimidade. Somos, porém , tão dependente da energia elétrica quanto da água. Essas duas commodities caminham juntas, são inseparáveis. Apesar de tudo isso, a obrigatoriedade de instalação em prédios com elevadores ainda é controversa e cada Estado tem sua própria legislação . Embora não tenham vingado projetos de lei nesse sentido em alguns Estados, a importância  do uso em condomínios é indiscutível. Com apagões de dimensão quase continental, nosso sistema elétrico mostrou recentemente a sua fragilidade. Em um condomínio, e também fora dele, esses apagões podem criar o caos. O gerador é a única forma de resolvera situação. Por que então a decisão de adquirir um equipamento tão necessário não é tomada pela totalidade dos condomínios?

Com muitas opções de potência, o preço de um gerador não é proibido para o empreendimento. Ele pode ser acionado vários tipos de combustíveis e o tempo em que se mantém em operação também é uma questão de configuração e preço. Segundo especialistas, uma autonomia de seis a oito horas é boa média. A questão acústica também deve ser bem analisada, já que são barulhentos, quando em operação. Uma regra é que, para a aquisição de um gerador, o condomínio contrate empresa especializada, que cuide também de sua manutenção. Mais uma vez, como tantos outros, o assunto deve ser debatido em assembleia e, haverá controvérsia. Na hora do apagão a maioria, certamente, vai achar necessário. Sobretudo, o equipamento é importante porque gera qualidade de vida. E a sensação de segurança, que só existe nos condomínios, segundo algumas pesquisas, pode ser quebrada quando faltar energia elétrica. O gerador poder ser a última fronteira.

Por Hubert Gebara – Vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP e diretor da Hubert Administração de Condomínios e Imóveis.

Artigo originalmente publicado pela revista Security Brasil edição nº 176 julho/agosto 2018.