20 Vigilância Desde a Prancheta
A insegurança está nas ruas e é claro que ela ameaça os condomínios. Assim como o hidrômetro de medição individual, o sistema de segurança do prédio deveria estar definido e pronto para proteger o empreendimento, no momento em que o condomínio fosse instalado. Cuidar disso desde a prancheta sai mais barato e melhor do que se for implantado a posteriori. A empresa administradora do condomínio também deve participar do projeto ainda nesse estágio. Com sua experiência, ela vai poder assessorar em tudo o que for pertinente à boa gestão futura.
Esse estudo de segurança acoplado ao ante projeto do prédio vai estabelecer posição correta da guarita, altura ideal dos muros, locais estratégicos de instalação de câmeras e circuitos de tv, iluminação e assim por diante. Pode garantir que nada será feito aleatoriamente. A questão da segurança continua sendo o maior problema dos condomínios e uma correta adequação de seus itens principais só vai ajudar.
O momento de pensar em tudo é antes e não depois da coisa pronta. O sistema assim concebido certamente vai focar especialmente nas áreas mais vulneráveis do empreendimento. A guarita é um ponto crítico de onde é necessário poder acompanhar atentamente tudo o que acontece no entorno. Seu ocupante não pode perder nunca o estado de alerta, pois é no vácuo desse alerta que surge o perigo. Nada de futebol no tédio das tardes de domingo. Não pode haver tédio. A guarita deve ser blindada e cega para quem está de fora. Blindada e com visão total do entorno para quem a ocupa. Idealmente, deverá estar conectada com algum ou vários prédios vizinhos para que possa ajudar e ser ajudada nas horas de perigo.
No que diz respeito à garagem, algumas empresas de segurança desenvolveram sofisticados softwares para torná-la mais segura. Para ser eficaz, esse software deve registrar todos os dados do carro e de seu proprietário. Quando o carro chegar ao prédio, os dados precisam “bater” com aqueles registrados pelo condomínio. Do contrário o carro não poderá entrar.
Além do aparato eletrônico e perfeita adequação desses pontos vulneráveis, está a parte humana. Síndico, subsíndico, zelador e corpo de funcionários precisam fazer a sua parte. O morador omisso com relação aos problemas do prédio é um exemplo a não ser seguido. Ele precisa manter um mínimo de alerta. Precisa participar das assembleias, ouvir e oferecer ideias, prestar atenção em seus pares e em toda a comunidade do empreendimento. O condomínio é sua casa e seu patrimônio. Na qualidade de condômino ou morador, por sua vez, precisa também ser engajado. Morar em condomínio é um privilégio e ele não pode jamais achar que “o problema não é com ele”. Convém não esquecer que os condomínios são uma forma moderna e bem sucedida de moradia, mas, como tudo, continuam ainda a ser aperfeiçoados. É uma mutação permanente e inerente a todas as coisas. Apenas no Estado de São Paulo, são cerca de 50 mil já instalados e esse número deverá dobrar nas próximas décadas. Não há muita opção de espaço para moradias nas grandes cidades que também não param de crescer. É claro, sobrarão algumas residências autônomas nas cidades do futuro. Mas não serão muitas.
Hubert.